sexta-feira, 24 de setembro de 2021

 

Regra geral todas as ruas têm uma placa toponímica nas duas extremidades com o nome que lhe deram. A rua Presidente Craveiro Lopes também está dentro da regra só que na extremidade que parte da porta do Colégio tem uma placa miniatural das que agora estão na moda. Porém, na outra extremidade como é pouco vista devido a poucas pessoas por ali passarem, encontramos esta:


Uma placa à antiga mas impercetível.   Incúria dizemos nós, falta de respeito para com o lugar onde está implantado com história o maior marco da freguesia que o derradeiro acto além de preparar jovens para a vida deu também o pão que muitas famílias beneficiaram. O lugar de São Fiel tem sido o parente pobre que parece esquecido por quem tem o dever de zelar por um todo e não só por uma parte.

E já que falamos de placas toponímicas e se não é mal perguntar, o que foi feito da placa que estava na avenida e que tinha o nome de um antigo ministro da justiça e que por sinal até era desta zona? Caiu? Foi vandalizada? Ou foi simplesmente retirada sem mais aquela? Até podia ter acontecido não gostarem do nome do ministro mas se foi esse o caso até posso dar um nome de um poeta que estudou com o prémio nobel da medicina e assim a avenida não ficava órfã.

Também podia falar do piso da rua supra citada que é uma vergonha mas, este assunto e outros tratarei noutra altura. -Victor Serra-

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

 

LAMENTAÇÕES PÓSTUMAS DE UM MURO

Eu já morri há um tempinho. Morri de morte matada. Isto é: fui assassinado. O executante, homem insensível, avançou sem peias com uma máquina destruidora e a primeira a levar foi uma linda árvore cheia de flores que se roçava em mim sempre que uma brisa nos aconchegava. Ficou lamentavelmente desramada. A seguir fui eu que sucumbi empurrado como se nada fosse. A este executante não lhe fiquei com ódio pois é um assalariado e o que lhe interessa é o dinheiro. O mandante, o verdadeiro responsável, foi o maioral cá do burgo que possivelmente levado por patranhas mas, também não quis ouvir outras opiniões, deu ordem que me sacrificassem. E, uma ordem dele é suprema.

Ora, eu nasci legalmente com a bênção de um antigo presidente da junta que não só autorizou como recomendou que eu nascesse. Há um documento que atesta esta veracidade. Assim, vim ao mundo com o dinheiro que alguém disponibilizou; dinheiro esse que se finou comigo. Isso não o incomoda senhor Maioral?

Eu era um muro orgulhoso que delimitava o espaço público de um campo de cultivo. Servia de anteparo às pessoas que se encostavam a mim em amena cavaqueira. O senhor maioral com certeza viu-me antes da condenação e também devia ter visto como esta rua está degradada com prédios em ruina e paralelepípedos esquecidos encostados a uma parede. Um maioral que não olha de igual modo para um todo não merece o lugar que ocupa.

E já agora, o senhor já veio ver como ficou a obra? esta sim, deve estar eivada de ilegalidade.

Enfim, agora jazo debaixo de terra, pedras e amianto, sim meu senhor leu bem AMIANTO e isto tudo para agradar a alguém que nem vive cá e passa 15 dias de férias por ano. Procedeu mal. Muito mal!

Victor Serra

 

 

 


- E do nada surgiu a soberba e desta o quero posso e mando.

 - E depois?

 - Depois retornará inevitavelmente ao nada.

domingo, 19 de junho de 2016

VOLTANDO À VACA FRIA



VOLTANDO À VACA FRIA
Como prometido aqui estou narrar o seguimento da desventura desta rua que pelos responsáveis deve ser desconhecida ou então votada ao esquecimento quiçá por não ser local de passagem e, por isso, não dar nas vistas.

Na primeira publicação insurgia-me indignado por ter uma rua invadida por capim com o beneplácito de quem por obrigação, devia velar para que tal não acontecesse.
Mas, do mal o menos, poucos dias passados após a publicação, eis que dois funcionários aparecem e  fazem o corte. Agradeci mentalmente e só não tirei o chapéu porque não o uso. Agradecimento a destempo porque tal como futurava e à semelhança de anos anteriores o serviço ficou incompleto como as fotos mostram. 


Depois do corte e varrido devia, penso eu, ser imediatamente apanhado para se evitar que a rua fosse atapetada pela acção do vento. 
Na eventualidade  de alguém se interessar terá  assim de haver trabalho dobrado.
Aguardemos pois que tudo se resolva e a rua que já de si não tem beleza ao menos esteja limpa de ervaçal.

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quinta-feira, 2 de junho de 2016


ISTO ACONTECE EM SÃO FIEL.
NEM TODAS AS RUAS PERTENCENTES AO LOURIÇAL TÊM O MESMO TRATAMENTO. ORA VEJAM ESTAS FOTOGRAFIAS E AJUÍZEM. E, QUANDO A ERVA FOR CORTADA PENSAM QUE É VARRIDA E APANHADA? NEM PENSEM!. À SEMELHANÇA DOS OUTROS ANOS ELA SERÁ CORTADA - QUANDO FOR -   E DEIXADA  ATÉ SE FINAR. TRISTE REALIDADE QUE SE VAI REPETINDO TODOS OS ANOS. 
SE NA EVENTUALIDADE HOUVER ALGO DE NOVO VOLTAREI PARA DAR NOTÍCIAS.


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domingo, 20 de outubro de 2013

CRÓNICA DESTES DIAS


CRÓNICA DESTES DIAS

Tenho em meu poder um texto escrito pelo professor Hugo Correia Pardal, antigo preceptor do Instituto de Reeducação de São Fiel. A crónica é bela e por isso merecedora de ser divulgada, tanto mais que o principal personagem - já falecido - era um homem que todos conheciam; um ser apoucado, andarilho e muito amigo das rezas que talvez por isso, o chamavam António das Avé Marias.





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"Uma sombra não será mais mais leve e ténue que a sua presença.
Entra de vez em quando na sala de aula, sub-repticiamente, e vai sentar-se numa carteira vaga, sem proferir palavra e sem outro gesto que não seja o de uma vénia profunda, persignando-se e olhando o crucifixo pendente na parede, ao alto. Daí a pouco, como por encanto, tem à frente de si os petrechos escolares todos, passados à sorrelfa pelos alunos, começa de fazer umas garatujas no papel, e a aula prossegue, como se nada de novo ali tivesse acontecido, nada.
Se o Sr. Inspector entrasse neste momento, era talvez o escândalo, porque o adventício, já do meio-dia para a noite, a enruçar, alquebrado, está no crepúsculo da vida e no entanto ali está, entre os educandos, como uma criança que vai à escola...
Toda a gente o conhece no termo de Alpedrinha, pobre de pedir, em sua mansa obsessão deambulatória de vagabundo, filho espúrio daquela terra morena da Atalaia, a freguesia-mãe de prole desenganada e desenvolta, e que devia pasmar ao dá-lo à luz, como ave que sem o saber tivesse andado a chocar ovo alheio, de uma alheia espécie.
Mas que era aquilo?!...
Um triste, enfezado e canhestro. diz-se dele que tem a mania religiosa, mal aferidos pela medida do senso comum os cinco celamins do entendimento. Talvez por isso, procura volta e meia a escola que foi outrora a mansão dos padres jesuítas de S. Fiel, centro atractivo das esparsas populações serranas, ao derredor. Se bem que isto seja hoje um reformatório, entra por aqui dentro sem pedir licença, tu-cá, tu-lá, e depois de largo tempo em oração, na igreja, digna~se assistir à aula e comer no refeitório, de gorra com uma rapaziada bravia, mas compreensiva e fraterna, com a qual estamos em dizer que muito teriam a lucrar, por vezes, os meninos bonitos colegiais.
No momento em que ele surge agora, após a leitura da lição, professor e alunos conversam acerca do sentido do trecho, a enternecida parábola tradicional que toda a gente conhece e começa assim: - Vinha o lavrador da arada, / Encontrou um pobrezinho...
O mestre repara no recém chegado e não pode deixar de lhe sorrir, que aquele velho é na verdade um menino, e a despeito dos seus cabelos cinzentos, da sua figura amarfanhada e castigada por todas as necessidades e por todas as intempéries, há nele algo de tão flagrante como surpreendentemente cândido e infantil. Tem de si para si que será um pobre de espírito, desses a quem pertence o reino dos céus, conforme a promessa divina. 
E a este pobrezinho de Cristo, um bom-serás, chama-o simplesmente pela sua graça à falta de alcunha mais convinhável para uma página de novela - António. Assim lhe chamam também as cachopas das redondezas, fazendo-o de fel e vinagre, se adregam de topá-lo a jeito, vendo-o tão inofensivo como um anho pascal, tão puro como um lírio branco:
- António queres casar comigo? Dás-me um beijo, António?
Ele todo se ruborizava, como um medronho maduro, e em sua voz de falsete recalcitra: - Desanda de ao pé de mim, não me venhas a atentar, que estás em pecado mortal...
Desenha no ar o sinal da cruz, num gesto pulcro de esconjuro, e vai de novo prostrar-se ante a portada do primeiro templo que se lhe depara, em oração e desagravo...
Agora, porém, está aqui na aula, a ouvir a história do lavrador da arada, o que levou consigo o pobrezinho, a assentou em sua casa à sua mesa, o que lhe deu do melhor que tinha para cear, e do melhor que possuía, lhe mandou fazer a cama para se deitar.
Mas aí mesmo, em leito tão bem ajeitado, chamavam alta noite os seus gemidos o desvelo do lavrador e aí mesmo - quem tal diria! - como Deus Nosso Senhor, - Achou-o crucificado...- Porque em boa verdade era Nosso Senhor, era Deus...
A classe fica como que em suspenso, num enleado encantamento, até que o primeiro sorriso céptico, aflorando, dá azo à pergunta do mestre: - Seria isto ainda possível, hoje em dia? O mesmo sorriso filosófico diz que não. Isso era no tempo em que Nosso Senhor andava pelo mundo...
E o professor continua: - Tão certo como ainda haver lavradores, há ainda pobrezinhos, e enquanto pobrezinhos houver, Deus andará ainda pelo mundo, com a sua angústia e a nossa piedade. Por isso disse Deus: - O que fizerdes aos pobres a mim o fareis...
Neste momento os olhos do professor volvem-se casualmente para o lugar que veio ali preencher aquele filho da miséria e do infortúnio, o demente e mendigo António. Mas ele já lá não está. Como entrou se esgueirou, imponderável e imperceptível, como nos versos de Antero - tão leve como a sombra sobre a água...
Os alunos voltam-se e verificam também a sua ausência, intrigados. E fica nos seus olhares uma surpresa. Uma ironia, talvez. Decerto, uma interrogação: - Pois seria Nosso Senhor?..."

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Carlos Vaz de Deus
Conforme exponho, o boletim das eleições já de 2005, alusivo aos órgãos que ganharam e superintendem na autarquia central e local, dando/colocando no verso a cara 20 conterrâneos, todos adultos que fizeram várias promessas (por cumprir), onde colocava em particular destaque a recuperação das azenhas (O povo só ambiciona uma) o 2º mandato está próximo do fim, será que o ponto de particular destaque também fica por cumprir.

  Regra geral todas as ruas têm uma placa toponímica nas duas extremidades com o nome que lhe deram. A rua Presidente Craveiro Lopes também ...